Chegaste até aqui, nada se perdeu, enraíza-se a vontade, do costume a singularidade do pisar, impressão indelével, sei-te na partida, não o choro mas escavo saudades à procura.
Há raízes tuas por dentro do universo. O núcleo o meu coração.
[Danças profanas-me]

Fantasio que do teu crescer sou parte comum.

As raízes alastram-se afora. Mesmo que chegue a maré e alise tudo, o peso afundado, a cava do pé, as cinco marcas do coração fica sempre o teu andar. Copio as tuas passadas...
Sigo [te nas raízes e voo]

Linhas imensuráveis. Percorro-as mas não consigo alcançar-te. Não quero. Sei que o convite que fazes é para ser enunciado na presente lembrança do que é teu.

São ensaios?
Pergunta vã.
Pontilhada ou arrastada há sempre marcas, até no titubear da madrugada bebeda a graciosidade dos afagos ensina quem tu és, pé-ante-pé, é um derramar continuado que me obrigam os olhos a contar-te o silêncio evitado ou os ruídos que abafas no adivinhar de quem chega.
És tu?
Pergunta vã.
Conheço-te os trilhos e pergunto. É o gozo do escuro que me põe a sentir-te chegar.

Imensurável: Das léguas que aprofundas na terra-mãe e que em subterrâneos cravas dança, fazes ninho, odoríferas mandrágoras, poiso e plantio, largas rasto, lastro, a quem te seguir nos palmos enraizados a descoberta de linhas no carreiro fino e formiguento da dormência dos passos, levas pantano e areia e ainda solo firme.
Há sempre um ainda, um pouco mais. Exibes alado o que está firme. Adiante abismos, assim é o carácter revelado para quem te [tenta] prender.
ecg