Até 220vv o coração aguenta

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estreitos

Beleza que deixas penetrar-te, eu escapado ao mundo infiltro-me. Passo por fechaduras moídas pelo tempo de te ver, observar, tu contigo.



Resto homem. Imaginado. Estreito vigilias na animalidade que me possui deste lado de cá.
Tu, (contigo) teces cruzares na medida da tua sabedoria.


És só tu contigo. Deixa-me entrar. Voyeur, voyeur de todos os teus sentidos, respiro-te.

Paixão. Três vezes paixão em ti no sangue que afloram os vincos tatuados das linhas em que me apertas. Ordeno mais, mais dor rente a mim apertada na convulsão mal aguentada de todo o cetim que me corrói entranhas.


Explosão...


Chamas-lhes delicadamente cetim. O dos sentires. Mas a permissão que me dás é para te sentir na passagem do tecido macio. Afinal, és só contigo. Eu sou a ponta, as pontas dessas marcas de fitas que te apertam no feminino glorioso. Eu sou só imaginar, adivinhar, fazer-de-conta, bicho-de-conta, fantasia.



Confundes-me!

Confundes-me!
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[Serei eu que me fundo, afundo...]







Fazes de propósito, queres apertar-me entre as fitas que te marcam.


Sinto-me carne, afago o cruzar lento com que me atas a ti, envolvo-me, peço-te.


Sinto o teu abraço. Entrelaças o teu gesto, estreitar de comoções.
(Sem ar)
És tu contigo. Instantes privados em que cerras a porta e te lavas no egoísmo do feminino, acariciando pensamentos apertados entre a pele. São devaneios. São delirios.


Cogitum

Estreito-te entre buracos de fechaduras ferrugentas, surges-me à boca lambida como um fio apertado na minha imaginação.

Amplidão, peço.


Voyeur, voyeur... Que sabes tu dos meus caminhos estreitos e sinuosos... Sou eu comigo e com os teus olhos pequenos.


Adivinha, és capaz de fechar os olhos e alargares sentidos.
[Experimenta-me]



ecg

1 comentário:

AnaMar (pseudónimo) disse...

Que sentir profundo. fascinante como se sente em cada letra, num bailado de palavras...sentidas...A beleza ficou presa aqui...

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Arritmias

Onde tudo se pode ler do fim para o céu e do topo para a terra