Até 220vv o coração aguenta

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linhas

[ Amor colhido. Guarda-me. Ninho de linhas.]

Não são tuas, são estórias minhas, não conto nada a ninguém, sou marinheiro cego e as cartas seguem rotas que o meu corpo percorre na ponta dos teus dedos. Oferece-me uma ilha, pousa a tua mão no meu peito...



Copiaram as tuas mãos. Fizeram-nas ásperas. São castigos. São dores. Copiaram a imitação das tuas mãos quando a imitação é raiva e rancor e ainda desespero e ainda o que fechas para que a altivez não te consuma na cópia.



Despertam, depois acordas tu. Nesse meio tempo já elas percorreram milhas e destruíram muros, arrancaram a Lua lá do alto e puxaram a cortina da madrugada para cima.
Tanta luz!
Cobre-me os olhos, as tuas mãos nos meus olhos cheiram bem, cheiram a amor...
(O AMOR TEM CHEIRO?)
O amor das tuas mãos sabe a mar, a descobertas e conquistas, a rasgos em marinheiros cegos.
Procura-me.

[Sinto por vezes um formigueiro, uma dormência, uma comichão, dedilho notas sem rumo, fecho os olhos e deixo-me ir, só ir, ritmos em camara lenta]




Sabes que os dedos respiram? Que as mãos vivem ao comando de barcos que domam tempestades? Fingem que se afogam...







Preguiça, espreguiça, estica, cresce, alonga, protege, palma, alma.



Alma de linhas, alinha, alisa, alastra, acalma, afaga, a vaga.



Abre o teu mar, dá-me estórias nos destinos, cartas de marinheiros cegos.
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ecg

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Arritmias

Onde tudo se pode ler do fim para o céu e do topo para a terra