Até 220vv o coração aguenta

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alicerces

Construí-me desconstruíndo-te, sabendo não te sabendo. Descubro-me até ao tecto, ao forro, às vigas pendentes. Horizontais, alicerces horizontais com me cobres. Do olhar volto a ver. Mãos cheias e largas do teu corpo que me vem agarrado de matéria-prima para te voltar a subir. Nada sei, nada aprendi. Ensina-me os alicerces, as fundações.

Dizes que eu sei.
É mentira...
Subo-te de olhos fechados.
Mas não sei nada.

Tu e eu somos lei da relatividade. O espaço é incomum e as fórmulas reagem a cada momento da respiração sufocada.
Rareia-se.
Os alicerces são horizontais.
Transverso-me.
Entroncas-te.
Desperdiço pronomes pessoais em fôlegos narcísicos.



Acidento-me: pegas, curvas, covas, espias, cordas. Faço laços corrediços e embora continue a escalada já caí no desfiladeiro desconhecido. Ninguém me encontrará. Não quero ser salvo, sei-o.



Alicerces.
Compostos verticais.
Trepo a mãos largas e cheias o olhar fixo no topo. O topo é o fim, mas eu não sei.



ecg

1 comentário:

O outro lado do espelho disse...

Eu que comecei do fim para o princípio do fim, SEI!
Sublime!

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Arritmias

Onde tudo se pode ler do fim para o céu e do topo para a terra