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Adiei por tantas vezes a determinação que quando o dia justo se clareou no meu peito havíam passado os momentos certos. Os de vigilia e os de velório. A roupa gasta e perdida do negrume dos segredos esgaçava o viço com que fora eleita.
Lá onde estás, no lugar do meu achamento [porque te recordo] e no cóio da paixão [flores sem água são sempre flores] mais dias te dou quantos a distância se faz comprida.
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Adiei-te. Não te esqueci.
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ecg
2 comentários:
Caro Edmundo:
Continuo a seguir as tuas letras com o respeito que elas me merecem.
Se soubesses como me é caro o título deste texto... "Pétalas", recordam-me os tempos do seminário e os ornamentos florais das festas do Bom Jesus de Braga a qu nunca faltava.
Depois os prazeres da carne falaram mais alto: perdeu-se um futuro sacerdote mas ganhou-se um bom garfo.
Um caloroso e legível abraço.
Caro Edmundo:
A minha vida (feita de momentos menos certos e de outros mais destrambelhados) tem andado de tal modo desorganizada que não posso precisar se já te enviei algumas letras a respeito destas tuas pétalas ou se o faço pela primeira vez.
Quando te li pela primeira vez, fiquei com a ideia que não eras gajo para adiamentos. Quem sabe se, pelo vermelho sangue com que pintas os teus textos, imaginei-te cirurgião de corações a pedir conserto e... para ontem!
Afinal, depois do diagnóstico (pelo menos desta vez) "dás mais dias" ao paciente, argumentando distância em relação ao bisturi, que não está à mão de semear...
Trazia-te o resultado do meu último ecocardiograma. Pensando melhor não to mostro. Prefiro ouvir-te dizer que não me esqueces ao contrário de "tu ainda tem um coração para dar e vender!". Cruzes canhoto!
Abraço.
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