Afinal é tudo mentira. É um inferno, não são patamares, é veneno que se bebe sabendo que mata e ainda assim pede-se a dependência, a subida, o enlace, o empurrão para a queda, penduro-me em ti com os pés no chão, a consciência que me humaniza condena-me à bestialidade de me encolher aquado na pele deste corredor que se fecha num arco completo a círculos em que te cruzo cadeados de mão.
[VAMOS CAÍR]
Tenho uma vontade louca de entrar e experimentar. Mas os pudores atam-me mãos e gesto, talvez me fique de mãos nos bolsos à espera que me toques leve e incites a sentir temperaturas. Tenho uma vontade louca de te saber quente, não, morna, não quero arder atado. Talvez experimente um leve, leve cingir mas nada de encurralares a minha emoção. Arrisco...
[SOBE? VAMOS PARA O MESMO ANDAR]
Estádios, níveis, elevadores, classificações, apontamentos, corrimão, cerca e varandim, é uma prisão deslumbrante em que o escravo se acaba de amores pelo carcereiro encapuzado na pele do peito, em que o pedinte se despe para vestir o rei e todos os abraços são moeda, não sei se falo de mim, se falo do que me fazes quando me cinges e confinas neste patamar sem néon de exit, sou burguês, gosto de festas e de melodramas com barulho de lágrimas.
[SOBE? PARA QUE ANDAR VAI?]
ecg